Comprimento: 10Km
Data: 26 de Dezembro de 2o10
Objectivos Mínimos: -42min
Desafio Pessoal: -39m 42s
Melhor Tempo em Provas Semelhantes: 39m 42s
Finalmente a tão badalada corrida de São Silvestre de Lisboa, prova para a qual tinha grandes esperanças e expectativas, nomeadamente melhorar o tempo obtido na Corrida do Tejo. Tendo feito prestações satisfatórias nos treinos indoor no ginásio e no Grande Prémio de Natal (apenas uma semana antes) estava confiante de que me iria superar mais uma vez. Infelizmente tal não se verificou mas ainda assim quero deixar aqui o meu balanço e apreciação da prova.
Partida: Ponto positivo para a organização por dividir as zonas de partida por tempos. Ponto negativo para o grande número de atletas que simplesmente ignoraram as indicações para partir mais à frente. Claro que se pode partir da zona dos -40 e acabar por fazer pior (como foi o meu próprio caso) mas não acredito que alguém que já tenha feito menos de 40 minutos (ou que se proponha a fazê-lo) reaja à partida com uma passada de caracol. A estreiteza da rua (de lembrar que estavam cerca de 8000 atletas!) não ajudou obviamente criando-se o já habitual caos neste tipo de eventos.
Ponto de Apoio (5Km): Aqui tenho infelizmente que deixar um comentário depreciativo em relação à organização, pelo facto de o ponto de apoio estar posicionado unicamente num dos lados da estrada e prolongar-se apenas por uns escassos metros. Ora já vi isto acontecer algumas vezes em provas de menos aluência, como é o caso das meias-maratonas, sem nenhum mal daí advir. Agora numa prova deste tipo acontece que é tanta a confusão que os desafortunados atletas que tenham a infeliz ideia de correr do lado oposto podem não conseguir aceder às águas sem interromper a sua marcha. Foi o que me aconteceu, tendo decidido após rápida reflexão que preferia passar o posto em branco a quebrar o ritmo.
Nesta altura ainda estava em condições de atingir o meu objectivo, mas a partir daqui foi o descalabro. Talvez por ser de noite (primeira vez que corria nestas condições), talvez pelo desgaste do piso irregular (género calçada), talvez pelo frio (FRIO!), talvez por falta de sono ou até excesso de treino (2 provas em semanas consecutivas realmente é de evitar) talvez por outra razão qualquer o facto é que a partir deste ponto comecei realmente a quebrar fisicamente. Ainda assim creio que estaria em perfeitas condições de cumprir (pelo menos) os objectivos mínimos fosse o terreno plano. Mas não o era, como saberia se tivesse consultado o gráfico de altimetria que agora disponibilizo aqui:
Peço aqui ao meu caro leitor para ver o que passa a partir do 6º quilómetro. Pois. Subir,subir,subir,subir,subir até ao malfadado marquês que parecia manter-se sempre à mesma distância. Ao chegar ao cimo ainda pensei que, impondo um ritmo hercúleo, ainda conseguiria recuperar o tempo perdido. Mas ainda nem ia a meio da descida quando tais aspirações se desvaneceram com o aparecimento de uma súbita e fulminante dor de burro que me obrigou a abrandar consideravelmente. Ainda consegui tornar a acelerar no final para cruzar a meta a um ritmo mais que decente (há que ficar bem nas fotografias que, nem a propósito, ainda não estão disponíveis), mas o mal estava feito. Terminei assim a prova com uns espantosamente maus 43min 19s, que me valeram um já não tão mau 470º lugar. Há aqui uma lição a tirar, e nos próximos tempos vou certamente esforçar-me por descobrir qual é e aprendê-la.
Filipe Baptista de Morais