sábado, 26 de maio de 2012

Quase

Creio que nada tem um impacto tão grande no quotidiano de um estudante como o início/final das aulas. Por muito que mudemos de hobbies, nos inscrevamos no ginásio, mudemos de namorada ou trabalhemos num part-time, nada tem o mesmo impacto no nosso dia a dia do que essa singela e recorrente alteração.

Num dia temos um horário sobrecarregado com 4 horas e meia de aulas por dia, mais a preparação que temos que fazer em casa para algumas delas e mais eventuais projectos e relatórios a entregar. E de repente...puff, nada a não ser um quadradinho a dizer "Exame" passada uma semana ou duas. Claro que pode ser quadradinho assustador, que pode até vir acompanhado do seu próprio gang malvado de quadradinhos. Mesmo assim não deixam de ser pouco, comparados com os gigantescos blocos que se lhes antecederam.

Mais do uma diferença na carga horário de trabalho, nota-se e sente-se a diferença na sua organização. Isto porque agora esta deixou de existir. Não há despertador, nem estar atrasado ou estar aborrecido por não ter nada para fazer até ao próximo compromisso. Há o apenas o apetecer trabalhar ou não, o precisar ou não de estudar. Como infelizmente ainda ninguém desenvolveu um método eficaz de medir essa necessidade, tudo se resume à vontade. Que geralmente não é muita diga-se de passagem. Daí que uma pessoa de repente se sinta tão liberta, como se recuperasse a saúde após prolongada e chata doença.

Para além de tudo isto, nesta altura sentem-se ainda (e bem!) três coisas: o cansaço, a proximidade das férias e o calor. Feliz ou infelizmente todas aumentam em conjunto, até que há-de chegar a altura em que o calor é máximo, as férias já chegaram e o cansaço desapareceu. Antes fosse agora.


Filipe Baptista de Morais

terça-feira, 1 de maio de 2012

Oposição

Há um problema com a Oposição em Portugal. Não falo desta Oposição de agora, até porque não tenho tido assim tanto tempo para seguir as notícias a fundo. Falo sim de todas as Oposições a todos os Governos de que tenho memória, que parecem padecer da mesma doença.

O problema da Oposição é que se opõe. Não àquilo que julga estar errado ou que vai contra os seus princípios; isso seria normal. Não, opõe-se simplesmente. Também não me parece que seja por terem qualquer fetiche em ser do contra. Trata-se apenas de demagogia e estratégia política.

A democracia, apesar de todas as suas insuperáveis qualidades, tende a surtir este efeito nos políticos e eleitores; é que é muitas vezes mais vantajoso dizer aquilo que não se pensa (ou mesmo votar contra aquilo em que se acredita). Isto é verdade quer a nível individual e egoísta, quer, mais preocupante, a nível de grupos. Quem sabe um pouco de Teoria de Jogos sabe do que estou a falar. E quem não sabe também, basta alguma intuição.

O próprio nome indica que algo está errado. Oposição. Não é esse o seu papel. O seu papel, assim como o de todos os intervenientes políticos, deveria ser o de expor e defender os seus ideais. Pressupor que estes se opõem em tudo aos do partido no "Poder" é, obviamente, um exagero. Embora pareça ser sempre isso que queiram transmitir.

Filipe Baptista de Morais