domingo, 20 de abril de 2014

Meia-Maratona da Golegã

No passado dia 13 de Abril participei na Meia-Maratona da Golegã. Esta não será certamente das provas mais conhecidas, mesmo em território nacional, tendo como tecto máximo 300 participantes (atingido e creio que até marginalmente excedido este ano).

Aproveitei ainda para passar o fim-de-semana na vila, onde nunca tinha estado, na clássica fuga à routina citadina. Apesar de não ter grandes atracções turísticas, (o jardim da casa estúdio Carlos Relvas é bem bonito) é um local tranquilo e engraçado para se passear durante um fim-de-semana na melhor das companhias. Como é típico destas zonas, as pessoas são muito simpáticas (e conversadoras...) e come-se muita bem.

Em relação à prova em si tinha um percurso totalmente plano, sendo portanto uma eventual oportunidade para bater records. No meu caso não fui correr sozinho nem com espírito competitivo, pelo que completei a prova com  uma serena 1h 55m. Os postos de apoio eram suficientes e bem distribuídos, com voluntários em trajes típicos a fazerem a distribuição das águas. No final, os 6€ de inscrição ainda serviam para almoço de churrasco num jardim onde creio que se juntou toda a vila ou perto disso. Essa foi a única parte onde a organização talvez tenha falhado um pouco, já que tive de esperar cerca de 2h (ao sol...) para obter a minha comida. Mas por um preço tão acessível não nos podemos queixar, ainda para mais não sendo o churrasco obviamente obrigatório. Ficou a faltar, mais uma vez, a medalha...


Filipe Baptista de Morais

sábado, 19 de abril de 2014

Pedofobia Positiva

No Metro de 17 de Abril de 2014, na secção Correio do Leitor, foi publicada sob o título "Tiques pedofóbicos" uma forte crítica aos restaurantes e hoteis nos quais não é permitida a entrada de crianças. Segundo o indignado leitor, estes são "estranhos conceitos de gestão e discriminação ao serviço de uma burguesia que não procura sossego, mas que pretende viver fechada no seu egoísmo". O autor da rubrica vai ainda mais além, alegando que tais estabelecimentos violam o princípio da igualdade na Declaração dos Direitos da Criança.

Pessoalmente acho que se está a confundir diferenciação e especialização de oferta (de um serviço) com discriminação. E não me parece que tal viole princípio algum. Afinal, em quase todos estes espaços é proibida a entrada de animais domésticos já que, apesar de muitos os adorarem, é relativamente consensual que podem incomodar outros utentes. E não são poucos os hoteis e clubes nocturnos que exigem um dress code aos seus utentes. Isto não é discriminação, apenas especialização da oferta e particularização do público alvo.

E convenhamos que, por muito que se goste delas, as crianças podem ser deveras incómodas. Devo até dizer que tive pena que o indignado leitor/escritor não referisse o nome de nenhum desses estabelecimentos já que, ao procurar um hotel ou restaurante para uma noite especial, não me importaria certamente de pagar um extra para garantir  que o estabelecimento não teria crianças barulhentas. Penso que não sou burguês nem estou fechado no meu egoísmo mas sim que procuro sossego (será assim tão estranho?). Mas talvez esteja errado.


Filipe Baptista de Morais

sábado, 12 de abril de 2014

Public Life

The picture you've certainly noticed before you started reading this was published in Playboy magazine, in November 2011. Certainly that is not surprising news, since that particular magazine has long been known for its interesting photos.

What made this particular picture famous and controversial was the fact that the featured model was also a school teacher in Texas, who got fired after some students' parents showed their discontempt.

Quite a few voices were raised in her defense. The case was often interpreted as discrimination, arguing that one's personal life is nobody else's business and so should not influence professional decisions.

This reminded me of the controversy that rose around a job opening announcement by Portuguese air company TAP, where applicants (for flight attendant position) had to fulfil a batchful of model-like criteria*. The same often happens with receptionist, secretarial or human resources positions.

Should this be seen as a form of harassment, discrimination or otherwise unacceptable professional behaviour? Personally I do not think so. Companies are entitled to choose their staff in the way that best suites their needs, capitalistically speaking. It is a known fact that beautiful people are (unconsciously) perceived as nicer and more successful, which gives them an obvious competitive advantage in any position involving dealing with customers or clients. In that ssense, one's physical attributes may indeed be of importance in terms of competence for a given roll.

Is that discrimnation against uglier people? Only in the same sense that I am discriminated against Cristiano Ronaldo in the football world, high self-esteem and with good rethoric skills people are uphelded in management and ease with number is favoured in engineering.

For the same reason, I do not find the original case alarming or unfair. If a woman wants to appear in Playboy magazine, by all means do, but you cannot honestly say that wouldn't interfere with her job as a teacher. Image is important, like it or nor. You probably wouldn't look at your boss the same way if you saw him parking cars in the streets during the weekend. More so in the age of information, where our deeds are forever and wherever accessible.

Last but not least, nice picture.


Filipe Baptista de Morais

* Some of them actually had rational explanations to support them, such as the minimum height required, which was justified by the need to lift the luggage up to their place.

Re-match

Two weeks ago I missed out on the Lisbon Marathon due to health issues. That raised to 5 (perhaps more?) the number of races I signed up for and then ended up not running, just in the last couple of months.

While the fees involved are not entirely neglectible, it is the mental stress that concerns me the most when something like this happens. In order to overcome this mental barrier, I've already signed up for five races, the first being this very night and the last one in early December.

None of them, however, is an actual full distance Marathon. With an even score in this dreaded competition (one completed and one dropout), I'm literally itching to prove myself capable of doing it again. And a third time, and every time I so damn please for that matter. Unfortunately, it seems like the next come coming around this western-most side of Europe is only due June. I'll be waiting.

Until then I'll keep collecting lower rank medals. Time goals, as of now, are pretty modest though. Only in the Lisbon Half-Marathon (December) will I actually even try to beat a personal record. Still, I don't consider myself defeated by my former self in any distance range. Be it 10Km, 21Km or 42Km, there will be a re-match. And then another and yet another after that, until I finally renew my time scores. What then? Well, records are meant to be broken. Re-Match.

(December 2013, forgotten in the draft sections until now)

Filipe Baptista de Morais

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Amor de Padre

No passado dia 3 de Março, uma certa notícia do jornal Metro abria com o seguinte cabeçalho "Islamização das Flores preocupa bispos católicos". Isto seria enternecedor, caso se tratasse de simples amor e piedade, tendo os ditos bispos compaixão por tantas almas condenadas à eternidade no Inferno.

Mas, como certamente os mesmos bispos concordariam, tais interpretações literais de textos bíblicos não são verdadeiramente adotada pela Igreja moderna (sim, apesar de intemporal, é necessário re-interpretar a Bíblia ao sabor da História ou, quiçá, da conveniência). Parece então que os tais bispos estão apenas preocupados com a perda de seguidores, o que para um comum agnóstico capitalista é bem mais perceptível. Afinal, seguidores dão tanto dinheiro como prestígio, e todos queremos bater records de likes ou re-tweets. Não deixa de ser interessante, contudo, ver a Igreja Católica a comportar-se como um clube de futebol ou uma cadeia de fast food. Bom, há que apreciar a sinceridade.

Filipe Baptista de Morais