domingo, 21 de junho de 2009

Juventude

Um pouco diferente de tudo o que passou por estas "páginas" e também devido a uma certa falta de tempo para escrever coisas novas (época de exames é fodida) deixo aqui algo que escrevi há algum(muito) tempo:

Juventude
Agora presente,
Parece eterna
Que tolos somos!
Um dia passou,
Sobra a memória
Do que o tempo nos tirou

Restam os amigos de infância
E as antigas fotografias
Meros indícios
Do que outrora fomos,
Das nossas alegrias

E talvez um dia
Também os amigos sejam levados
As fotografias quebradas por acidente
Mesmo as recordações se dissipam,
Últimos resquícios
De um tempo que não mais volta

21/07/08
Filipe Morais

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Bate bate coração

No último sábado fui à 1ª caminhada da campanha Bate bate coração (http://www.batebatecoracao.com/). Para quem não sabe, trata-se de uma campanha a nível nacional (alastrando recentemente para o panorama europeu) que pretende sensibilizar e alertar a população para os problemas cardíacos, como as arritmias, assim como transmitir informação sobre os meios de tratamento disponíveis. Quanto à razão da minha presença, prende-se com o facto de o meu pai ser o cardiologista responsavel pela campanha.
Indo ao que interessa, num dos vários pontos de paragem da caminhada (realizada ao longo do parque das nações), uma simpática enfermeira explicou-nos qual a melhor maneira de medir o ritmo cardíaco identificando também o intervalo "natural". Constatei, algo espantado, que me encontrava um pouco abaixo do mínimo, e referi-o. Ela disse que tal era normal, visto ser jovem e praticar desporto. Ora ser jovem não é um acontecimento assim tão raro quanto isso, assim como praticar desporto sempre me pareceu encaixar perfeitamente com a primeira característica. Como pode então tal não ser considerado natural? Será que o definido como normal para um jovem é ficar todo o dia sentado, alternando entre estudos, comida, televisão e computador? Caramba, sou estudante de engenharia do IST, e pelo menos fama de tudo isso não nos falta. E o facto é que passo mais tempo ao computador do que aquele que gostaria de admitir. Se ainda assim fujo às ditas "pulsações normais", que se passará com os meus colegas de letras e artes que pouco mais fazem que jogar futebol?
Enfim, não desejo ser rebelde ou fugir à norma, talvez esteja na hora de abandonar o ténis e o ginásio e dedicar-me antes ao online gaming.

Filipe Morais

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Maré de azar

Estes fim-de-semana acompanhei Sócrates. Finalmente política regogiza o leitor, ávido de contra-pôr o seu ponto de vista e mandar vir com este pobre e bem intencionado blogger. É certo que já houve alguns pedidos de trazers tais temas para aqui, mas por enquanto não faço tenções de os atender.
Porquê começar o texto com política então? Bom na realidade, não comecei. Não me estava a referir às eleições de domingo, mas sim à solarenga tarde de sábado. Aí acompanhei realmente Sócrates, não na televisão, mas numa revigorante corrida pelos trilhos do Estádio Universitário de Lisboa (a maioria de momento cortada, infelizmente). Não se safa nada mal o homem. Com aquela idade (que não faço ideia qual seja mas certamente mais do que a minha) ainda se manteve em corrida cerca de uma hora, talvez mais, visto não ter podido acompanhá-lo de início. E que se sucedeu em tal evento? Bom, na verdade nada. Não me ocorreu nada que o 1º ministro quisesse ouvir de jovem futuro engenheiro, nem vice-versa. Se o encontrar para a semana sempre poderei mostrar as simpatias pelo mau resultado, e desejar melhor sorte para as legislativas. NÃO não estamos a discutir política, simplesmente acho que seria simpático, independentemente das inclinações políticas. Enfim, não houve troca de palavras, limitei-me a passar por ele (felizmente inda tenho fôlego para competir com esse escalão!). Pobre Sócrates, ultrapassado Sábado, ultrapassado Domingo. O fim-de-semana definitivamente que não lhe correu bem.

Filipe Morais

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Free(AED)!

Finalmente podemos libertar a memória alocada durantes largos dias (semanas?) de trabalho árduo. Embora tenhamos todo o semestre para desenvolver o projecto necessário á aprovação a AED (Algoritmos e Estruturas de Dados) nós estudantes de MEEC esforçamo-nos arduamente para honrar o axioma humano que dita que apenas se começa um trabalho na semana anterior à sua entrega. E orgulho-me de dizer que o fazemos com bastante sucesso. Nada como uma bela noite de trabalho no IST para compensar meses de slacking, como o atesta a forte presença estudantil nos corredores de civil na prévia noite. Nos corredores de civil? Sim. Aparentemente apenas os futuros engenheiros civis têem direito a estudar na faculdade de noite, embora toda a gente saiba que tal nunca acontece (há quem defenda, contudo, que por vezes estudam de dia). Cabe-nos então ã nós, fieis colegas electrotécnicos, preencher essa lamentável lacuna e dar às salas e corredores o movimento e agitação que merecem. E se uma noite em branco não basta, não é isso que trava um futuro engenheiro. Provam-nos os louváveis heróis que se aguentaram firmes durante cerca de 48horas. Admirável pois acredito que após tal maratona eu, se o computador não o fizesse primeiro, daria certamente segmentation fault. E que raio de porra é essa interroga-se o pobre e leigo leitor. Obviamente trata-se de gíria engenharística referente à situação que mais pesadelos (ou noites sem dormir!) traz aos programadores.
Claro que "passar a noite toda a trabalhar" nunca é inteiramente verdade. Todos gozamos dos nossos merecidos descansos e, embora se note a falta de bar aberto (e MacDonalds no recinto!!!) ou semelhante, as imediações da máquina de café fazem as honras de zona social. Lamentável que ninguém se lembre de trazer cartas, erro apenas desculpável e compreensível em inexperientes caloiros, imperdoável nos numerosos repetentes. Realmente, há pessoas que nunca aprendem.
Por ora, a noite já lá vai, e livres finalmente! Se deus quiser nunca mais teremos de arrumar carros na vida. Se, no entanto, deus se revelar o otário do costume, ao menos teremos uma moedinha à nossa espera. Por enquanto retornamos, cansados mas satisfeitos, para um merecido sono nos nossos confortáveis covis, ou para os mais preserverante (como eu!) talvez apenas uma pequena sesta na aula de cálculo.

Filipe Morais

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Everchanging

A vida está sempre em constante mudança. Os enquadramentos mudam, as pessoas mudam, as relações mudam, os sentimentos mudam. Ninguém escapa a estes ventos de mudança, que tendem a ignorar os nossos desejos e prognósticos, assim como os nossos apelos.
Não podemos realmente dizer "Nunca", e quando o fazemos nada mais significa que "Agora não". A nossa efemeridade torna ridículo o emprego de tais termos e, apesar de termos a capacidade de imaginar o futuro, tendemos a fazê-lo como uma simples tensladação temporal daquilo que conhecemos no momento. Mas o futuro não é o presente amanhã.
"Para sempre" perde também assim todo o seu vigor, reduzindo-se a um modesto "Por enquanto", e ainda que realmente se verifique à nossa escala, ou a qualquer escala que se nos assemelhe relevante considerar, nada mais será do que um prolongado somatório de instantes, desprezáveis face ao verdadeiro significado de sempre. Não quer dizer que não o sintamos ou desejemos, simplesmente somos incapazes de o atingir. As pessoas não se podem mudar, tal como não se podem impedir de mudar. Mudamos porque o mundo está diferente, mudamos porque querem que sejamos diferentes e mudamos porque queremos ser diferentes, embora não consoante isso. No fundo, mudamos porque somos.

Filipe Morais