quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Faz o que gostas! (ou gosta do que fazes?)

Provavelmente já ouviram ambas as expressões em contextos distintos, ou talvez até no mesmo contexto. É até possível que, através de um único olhar incauto e displiscente, alguns as considerem uma e a mesmo coisa. Pois bem, não são. Desprezando as diferenciações linguísticas que (perdoem-me a expressão) não interessam ao menino Jesus, uma simples análise lógica revela-as como sendo fundamentalmente diferentes.
Enquanto que a primeira sugere iniciativa e um espírito empreendedor, a segunda apela ao acomodamento e à resignação. Qual a que escolheria para lema? A primeira sem hesitar. A meu ver uma pessoa deve esforçar-se por aquilo que quer, tanto a nível profissional como a nível pessoal, e contentarmo-nos com aquilo que temos sem tentar ir mais longe não me parece uma boa política. Ou pelo menos não se enquadra na minha filosofia de vida. E porque raio estou eu a escrever sobre isto? perguntam-se vocês. Ou talvez não perguntem, mas ainda assim vou responder.
A passagem do ensino secundário para a faculdade (que como sabem realizei este "ano") implica um importante e muitas vezes difícil escolha: o curso a ingressar. No meu caso foi relativamente simples, já tinha decidido com alguma antecedência concorrer a engenharia electrotécnica. No entanto confesso que no início do ano me interroguei se estaria no sítio certo, e cheguei inclusivamente a pensar mudar para a minha segunda opção (psicologia). No entanto cheguei à conclusão que o meu interesse por psicologia era meramente lúdico, e que a nível profissional tinha acertado à primeira. O mesmo não acontece a muita gente, que se interroga constantemente se estarão no curso certo. O caso complica-se ainda a quem não conseguiu ingressar na primeira opção. Muitas vezes as pessoas aconselham a que nos ambientemos e tentemos adaptar-nos a este ou àquele curso, alegando que acabaremos por gostar. Mas e
se a ideia inicial ainda permanecer na nossa mente, urgindo-nos a lutar por esse sonho? Cada caso é um caso e não há fórmula resolvente. Penso que quando uma pessoa não se sente bem onde está deve sempre tentar mudar para melhor, ainda que tal implique um atraso (em termos profissionais) de um ou mais anos. No entao, antes de tomar qualquer decisão drástica é sempre importante o diálogo com pessoas (de preferência amigos que nos conheçam bem) de modo a tentar desenredar a nossa amálgama de sentimentos. Quem sabe, pode ser que a incerteza que nos angustia não passe de insegurança devido à mudança brusca de meio, ou até a outra razão qualquer que nada tem a ver com as nossas escolhas profissionais.

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