domingo, 22 de janeiro de 2012

Informados, mas não tanto

Costuma-se dizer que estamos na era da informação. Afinal, ela está acessível rapidamente, vinda de todo o mundo e sob as mais diversas formas; jornais, rádio, televisão, internet, é só escolher. Curiosamente parece que também estamos numa época em que não queremos saber tanto quanto isso, contentamo-nos com os mínimos que nos permitem mandar uns bitates no café para parecermos minimamente instruídos. E isso reflecte-se, claro, na qualidade da informação disponível.

A análise a fundo de (qualquer) questão requer tempo, paciência e consequentemente disponibilidade. Para além do óbvio esforço intelectual. Tudo isto leva-nos a querer simplificar as coisas, na correria constante que são as nossas vidas. É assim muito mais simples - e comum - dizermos frases feitas e vazias com que toda a gente se identifique facilmente como "A guerra é má" ou "Os salários deviam ser mais altos". Não se tem em conta causas, consequências nem alternativas e assim se uniformizam opiniões, ao mesmo tempo que as despojam de fundamento.

A verdade do momento aparenta ser que "A maçonaria manda nisto tudo". Claro que ninguém sabe muito bem como. Nem porquê. De facto, a maioria - na qual infelizmente me incluo - nem sabe muito bem o que se deve entender por isto tudo, nem o que raio é a maçonaria. Mas lá está, isso não interessa a ninguém. O que interessa é que eles - sejam lá eles quem forem - mandam nisto - seja lá isso o que for - daquela maneira que eles lá sabem e com aquele determinado desígnio; isto toda a gente sabe, e chega para fazer a conversa de café.


Filipe Baptista de Morais

PS: Este post foi parcialmente inspirado pela excelente canção Spider's Web, da inigualável Katie Melua.

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