Orgulho Lusitano

Numa altura em que se diz tanto mal do País (que, de facto, não parece estar lá muito bem) parece importante olharmos para aquilo que temos de bom, aquilo que nos fazer sentir orgulho em sermos Portugueses. Aqui a maior parte das pessoas recorre a personalidades ou empresas Portuguesas que singraram lá fora: orgulhamo-nos de Mourinho, de Marisa ou da NELO. Outras relembram acontecimentos há muito passados, como a batalha de Aljubarrota ou o nosso Império pós Descobrimentos. Poucos são os que referem aspectos que lhes digam de facto respeito, como por exemplo a célebre classificação de povo de brandos costumes.

Da minha parte sempre me orgulhei de pertencer a um povo conhecido pela sua hospitalidade, tanto a turistas como a imigrantes. É certo que é provável que isso fosse mais uma crença na opinião dos outros sobre nós do que propriamente a sua verdadeira impressão. Mas sempre foi uma crença que me alegrava e enchia de orgulho. Agora, tudo parece estar a mudar.

Embora ainda acredita que sejamos em geral um povo simpático, o racismo e a xenofobia parecem estar a alastrar como um cancro maldoso e impiedoso. Nota-se nos pequenos gestos e olhares, ouve-se nas bocas de quem menos esperaríamos. A causa não tem nada de surpreendente; desde sempre que os animais lutam pelos recursos, tornando-se mais agressivos quando estes escasseiam. Esta é apenas uma forma mais fancy de continuar essa mesma disputa. Espero que este período negro passe antes de nos marcar socialmente enquanto povo.


Filipe Baptista de Morais