domingo, 9 de junho de 2013

Interactable

O Interactable está desde 30 de Abril de 2013 à disposição dos visitantes da Ciência Viva integrado na exposição "T-Rex quando as galinhas têm dentes" a qual estão desde já convidados a visitar até ao final de Agosto. Para os mais a leste que (ainda) não sabem o que é o Interactable é favor consultar o site. Estendo a recomendação a todos aqueles que quiserem saber mais sobre o projecto, já que lá é possível encontrar uma descrição (algo sucinta) do conceito e possíveis aplicações do projecto, assim como um breve relato dos primeiros acontecimentos no período de vida do projecto.

É provável que esta seja a última aparição do Interactable em locais públicos, já que a equipa dispersou rumo a outras experiências profissionais. No início deste percurso avisaram-nos que provavelmente não seríamos mais do que um fogacho rápido. Após uma parceria com o Hospital de Santa Maria para explorar a aplicação do projecto no contexto da intervenção em crianças com problemas em desenvolvimento, duas participações em conferências/seminários ( Tecnologias e Perturbações do Espectro do Autismo, em Guimarães, e Yes Meeting 2012 no Porto ) e um módulo em exposição na Ciência Viva (Pavilhão do Conhecimento, Lisboa) penso que toda a equipa está orgulhosa do seu fogacho. É claro que as expectativas e avaliações são sempre subjectivas, e percebo que para alguns este trajecto tenha parecido curto e sem saída. Mas a juventude é feita de experimentação e esta foi sem dúvida uma experiência rica e interessante para todos nós. Uma pequena incursão no mundo real, em que interessam mais os resultados do que os procedimentos, onde ninguém quer saber como é que as coisas funcionam mas sim aquilo que são capazes de fazer. Foi também extremamente interessante afastarmo-nos um pouco do nosso cantinho de engenharia e tentar ver o projecto por outra perspectiva, como seja a um de médico. A oportunidade/desafio de apresentarmos o projecto em meios tão diferentes daqueles que nos são familiares foi também importante para a nossa formação pessoal.

Nem tudo foram rosas neste caminho, pelo qual ficaram muitas noites mal dormidas, muita frustração quando as coisas não funcionavam, recriminação pelos nossos erros e irritação pelos de outrém e muitos (mas muitos mesmos) fins-de-semana e feríados que passaram despercebidos. Mas a satisfação de concretizar as nossas ideias e ver o interesse do "mundo" no nosso projecto é mais do que suficiente para nos fazer ultrapassar tudo isto.

Sendo um projecto dinâmico, não é de espantar que o local de trabalho tenha variado constantemente, passando por: espaço 24h do IST (Instituto Superior Técnico), laboratório do 8º andar do ISR, Ameixoeira, Cascais, Sintra, Telheiras, um gabinete no Hospital Santa Maria, Matosinhos, Universidade do Minho, Universidade de Medicina do Porto, Alvalade, Pavilhão do Conhecimento e, provavelmente, alguns outros. Todos estes locais viram e contribuiram de alguma forma para a evolução do projecto, e geraram recordações memoráveis.

Os problemas foram muitos, desde tecnicidades a que vos vou poupar, dúvidas existenciais parvas (será que esta linha é mesmo recta? isto são mesmo 12cm?), falta de material (como raio vamos pendurar a câmara por cima da mesa? como testar alguma coisa sem suporte para a câmara? e sem mesa? e sem cubos? ), falta de pessoal (quando cada um de nós apenas podia trabalhar 2 dias por semana, que obviamente não coincidiam), pessoal a mais (por exemplo um gato em cima da mesa), sono, fome e sede, birras da câmara (a ver coisas a menos e/ou a mais: ver a foto abaixo para um exemplo) entre outros que possam (ou não) imaginar. Mas ultrapassámo-los a todos (ou varremos para debaixo do tapete, you decide) e como é bem sabido aquilo que não nos mata torna-nos mais fortes.

Nada disto seria possível sem uma equipa unida. Traz-me um sorriso aos lábios recordar que a maior parte das decisões importantes foram tomadas durante almoçaradas no Rialva, ou entre copos no arco do cego. Mas a união e a amizade não chega, também são essenciais a competência e a dedicação. Aqui posso de facto considerar-me afortunado com ter amigos cujo trabalho respeito e admiro, levando-me a elevar também o meu. André Gonçalves, José (aka Zé) Leitão e Rui Coelho foi um prazer trabalhar convosco ao longo deste ano e picos. Obrigado por me ouvirem quando tenho razão, por me mandarem calar quando digo disparates e por tantas vezes terem razão vocês próprios. Quem sabe um dia voltaremos a trabalhar juntos. As almoçaradas sei que se manterão.

Há ainda muitas outras pessoas que merecem o meu agradecimento. Do ISR (Instituto de Sistemas e Robótica), há que agradecer ao Professor João Paulo Costeira por nos ter incentivado a fazer algo com o nosso projecto, ao Hélder Miranda por nos ter calibrado a câmara numa fase inicial do projecto e ao José Jerónimo por nos deixar usar o seu algoritmo (ANSIG). Do Hospital de Santa Maria, à doutora Cláudia Lima por acreditar no potencial do nosso projecto e à terapeuta musical Catarina da Isabel por toda a abertura, disponibilidade e até pelo jeito que teve em incorporar o Interactable nas suas sessões.
Mais a nível pessoal, temos de agradecer também ao Sérgio Paiágua, por nos ajudar no desenvolvimento do site e de vários mockups que usámos para explicar as potencialidades do projecto (assim como pelas suas ideias neste campo), à Katherine Both por ser a nossa fabricante de cubos oficial durante largos meses, à Marina Marques por tomar a seu cargos as mesmas funções nos últimos meses, à Joana Marinhas por ceder a sua simpática e amigável voz a uma das nossas aplicações didáticas. Agradecemos novamente ao Sérgio por ter incorporado a equipa na excursão ao Porto no âmbito ao Yes Meeting, assim como ao Benedict Both pela mesma razão relativamente ao 1º Seminário Tecnologia e Perturbações do Espectro do Autismo, em Guimarães. Obrigado ainda à Katherine, à Joana e ainda à Tatiana Padinha por ajudarem a tornar o nosso poster o melhor frequentado em ambos os seminários/conferências.
Finalmente, obrigado à família do Zé e do Rui por nos receberem e alimentarem repetidamente nas suas casas.




Se chegaste até aqui agradeço-te também a ti, devoto leitor.

Filipe Baptista de Morais, membro fundador (e finalista) do projecto Interactable

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