sábado, 13 de março de 2010

Rumo à aventura

Hoje, após um elaborado e esforçoso (não para mim felizmente) planeamento, fomos finalmente jogar paintball ao Conflict Camp, nas imediações de Palmela. Que é que isso tem de aventuroso? Ora bem, a maior aventura não consiste no jogo propriamente dito, mas em chegar ao local. E visto de cima até se diria que tudo foi planeado de modo a potenciar esse feito, ora vejam:
-Condutor inexperiente e algo tosco, daqueles que não dá uma pa caixa (e não só das mudanças) cujo nome não vou referir para não ser insultuoso. Apelidêmo-lo de Buba para o resto desta história.
-Veículo que faz barulhos estranhos na auto-estrada (do género de desmontar-se), e cujos vidros só abrem com a ajuda de ferramentas. Felizmente tinhamos 3 pré-engenheiros no jipe.
-Depósito a menos de metade, claro. Afinal, ter a certeza de que a gasosa chega para ir e voltar tira a piada toda à coisa.
-Nada de levar CDs/cassetes. Tem muito mais piada passar a viagem toda a percorrer rádios, sob risco eminente (como de facto aconteceu) de nos cruzarmos com a antena2,de apanhar pequenos relances daquelas "músicas" que odiamos e ainda ouvir pela ...ª vez "I got a feeling".
-Não levar mapas, nem (obviamente!) ninguém que saiba realmente o caminho. Ou o nome do sítio para onde vamos já agora.
-Pedir direcções a velhotes surdos. Esta última levou-nos a um beco sem saída com um campo de futebol...
Verdade seja dita, a viagem nem correu mal, e chegámos com relativa antecedência ao final do percurso visualizado no google maps. Pena este não ir até ao fim, pois havia ainda um caminho de estradas de terra batida a percorrer. À entrada deste caminho, sem ideia da direcção a tomar, sem contactos com o exterior e sem mantimentos para manter o alentejano calado por muito tempo, cedemos finalmente ao desespero. Tentámos cometer suicídio colectivo ouvindo as Non-Stop(estão a perceber porque escolhemos rádio para a viagem e não os CDs?). Como podem constatar não resultou, mesmo quando adicionámos as nossas vozes à festa. De seguida virámo-nos para a religião, tentando chamar a atenção de Nosso Senhor pondo a tocar músicas como "Meu Senhor da Galileia" e "Manda teus Anjos" (bastante divertida esta por sinal). Claro que Ele não ligou peva, pelo que nos voltámos para a última e derradeira esperança: a senhora do café à porta do qual estávamos parados há 20 minutos, e cujo marido nos olhava desconfiado;creio que acreditava que estávamos a preparar um atentado e não podemos censurar, 3 jovens (um com um lenço enrolado na testa) a ouvir música religiosa num jipe parado durante tanto tempo à sua porta não acontece todos os dias certamente. E bem-haja essa senhora, indicou-nos finalmente o caminho para o nosso destino.
Quanto ao jogo, correu exactamente como esperado: muito calor, muito suor, muita sede, muita lama, muita tinta, muita badalhoquice no geral, muita diversão e muita superioridade da nossa equipa. Destaque para o destemido Valério, que mesmo sem balas fez vários adversários renderem-se e para o imparável Fole, o alentejano que rastejou numa poça de lama durante 15 minutos sob fogo inimigo sem possibilidade de resposta, desviando as atenções para que pudéssemos ganhar posição.


Da direita para a esquerda: eu (sim, o da T-shirt cor de rosa), o Fole e o Valério. Atrás o jipe da lego.

Agradecimentos: ao Rolo do meio, pela organização e pelo convite e ao Buba, pela boleia

Filipe Baptista de Morais

3 comentários:

  1. "Condutor inexperiente e algo tosco, daqueles que não dá uma pa caixa " Pff até parece, eu só nao sei é como é q nao nos perdemos com os 2 copilotos merdosos que la tavam xD

    E gostei especialmente do fail do velhote que, quando perguntamos pelo campo de paintball, nos mandou ir para um beco sem saida pq percebeu futebol :P

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  2. Bom texto, acho que o teu sentido de humor aliado a uma boa capacidade de transmissão do que pretendes dizer fazem dos teus textos algo engraçado ;).

    Aquele abraço.

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