sábado, 6 de março de 2010

O fim do mundo e outras chatices

Enquanto esbanjamos alegremente os recursos que nos restam neste degradado planeta, aproveitando ao máximo uns últimos e porreiros anos de inconsciência ecológica e social, deparamo-nos diaramente com outros problemas mais mundanos. Não é que o fim do mundo seja particularmente mau, se analisarmos bem as coisas. Afinal, caso os sábios ateus tenham razão, o fim do mundo seria, para nós, simplesmente o fim. Nem bom nem mau, apenas nada. Caso contrário, o cenários alegra-se: uma eternidade de alegria no paraíso ou (como preferirmos) outro sítio qualquer com a simpática companhia de não sei quantas virgens. Visto isto não parecer de todo preocupanete, vou antes falar de outra coisa que me aflige: a falta de guarda-redes neste país!
Invisível e indiferente ao comum dos mortais, este problema é um autêntico flagelo para aqueles palermos que, como eu, têm a mania de organizar jogos de futebol. E a que se deve este triste estado de coisas?
1.Para começar, a posição de redes, apesar de potencialmente decisiva, raramente é foco de grande atenção. Isto é, um gajo passa um jogo inteiro a defender bolinhas de merda e ninguém diz nada, saindo talvez um "boa" ao fazer uma defesa espectacular. Mas basta o mais básico dos golos para toda a equipa nos felicitar pelo nosso grandioso feito. Toda a gente sabe que para ganhar é preciso marcar mais. Mas muitos esquecem-se que isto é equivalente a sofrer menos.
2.Quando somos putos, jogar à bola não tem nada a ver com jogar futebol, mas sim simplesmente dar uns chutos em algo redondo e correr um bocadinho. Esta juvenil modalidade de futebol é portanto frequentemente praticada sem qualquer tipo de campo, linhas e (mais importante) balizas. Isto faz com que todos os miúdos se habituem a ser jogadores de campo, perdendo o atractivo das redes (que também ainda ninguém descobriu qual é).
3. Numa idade um pouco mais avançada (ali pelo 2º e 3º ciclos) o futebol já é praticado um pouco mais a sério. Aqui acontece muitas vezes os miúdos (na sua inocente crueldade) quererem deixar de fora os piores jogadores, que assim se sujeitam a ir à baliza para poderem jogar. À posição fica assim associado um negativismo que faz com que aprendamos a odiá-la.
4.Essa função é, convenhamos, algo masoquista. Pormo-nos à frente de uma bola que vem a 100Km/h na nossa direcção está muito longe daquilos que os nossos instintos nos incitam a fazer (o que justifica o inaptidão de todos os que não eestão habituado a defender) e seria bastante estúpido, não fosse realizado em nome desta gloriosa modalidade.Fica então aqui o apelo, que se fodam as baleias e os golfinhos, salvem os guarda-redes! Acabem com a discriminação a esta minoria e dêem o devido valor aos que exercem a sua função com dignidade (e competência se possível). Por um mundo melhor!

Filipe Baptista de Morais

2 comentários:

  1. Até estava a achar piada antes de teres virado isso para o desporto xD

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  2. Sim, percebo que seja um tema muito específico que interesse a poucos, mas era um desabafo que precisava de fazer xD

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