Creio que todos achamos engraçados os esforços que as gerações anteriores fazem para se adaptar à actual realidade, nomeadamente as novas tecnologias. É giro o espanto que demonstram perante coisas que nos parecem banais, tal como as pessoas na TV se mexerem quando carregamos nos botões da playstation, falar e enviar fotos e vídeos para pessoas do outro lado do mundo, ou simplesmente chegar a uma máquina no meio da rua e pedir-lhe dinheiro (o meu avô nunca atinou muito bem com esta última). Mas por vezes penso, não seria também engraçado se pudéssemos ver os nossos esforços para nos adaptarmos a esses tempos? Ora vejam:
- Nada de Internet (ou computador já agora). Acabaram-se os comentários no facebook (juntamente com os quizzes e farmvilles, o que até não era mau de todo), as conversas no msn, o envio de emails e outros que tais. Era o fim do "copy/paste", o que significaria que teríamos que nos esforçar realmente para fazer trabalhos no básico/secundário.
-Nada de telemóveis. Isto teria mais implicações que aquelas que consigo escrever em meia dúzia de linhas, ou porventura sequer imaginar. Creio que seria uma mudança tão radical que muitos de nós não resistiríamos. Podemos pensar por exemplo no fim das mensagens, dos "onde estás?", as combinações à pressão, os "digo qualquer coisa quando chegar". Quando telefonássemos àquela rapariga gira que conhecemos na discoteca na semana anterior (toda a gente se sabe que não se diz nada logo no dia seguinte) arriscavamo-nos a ser atendidos pelo pai sargento, com mais vontade de nos cravar de balas que de beijinhos (baseada em factos verídicos).
Não veríamos os jogos de futebol na TV, teríamos de nos contentar com o relato na rádio, tornando complicado avaliar se foi ou não penalty. Claro que como todos vemos com o coração e não com os olhos esta não faria muita diferença. Por outro lado não teríamos que gramar com a TVI, o fim que poderia justificar muitos sacrifícios.
-Ouvir música implicaria trabalhar com aqueles vinis que, qualidade de som ou não, são uns bichos muitos chatos de mexer e arrumar. E para aqueles que, como eu, gostam de misturar sons e bandas distintos tal seria de todo impraticável.
E tantas outras que não me ocorrem ou não quero escrever aqui. Vistas bem as coisas. acho que os nossos avós se adaptam melhor aos nossos tempos do que nós aos deles. Não subestimem o poder da experiência!
Filipe Baptista de Morais
sábado, 8 de maio de 2010
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Se pensares, o rádio e o Vinil eram tecnologias modernas naquela altura, tal como os carros com motores de combustão ou tal como as válvulas. No tempo dos teus trisavós eram os animais que puxavam as carroças e as noticias levavam semanas a percorrer o mundo.
ResponderEliminarÉ apenas uma questão de adaptação.
Todos os humanos adaptam-se.
Provavelmente os teus bisnetos vão dizer: "O quê?? No teu tempo não haviam robôs inteligentes que faziam as tarefas chatas que nós não gostamos?" ou "Vocês é que guiavam os carros? Então o carro não tinha um computador que guiasse por nós?" ou ainda "A Lua era toda toda cinzenta sem construções??" (a última é a minha preferida...)
E não tenhas a mínima dúvida em relação a tudo o que eu referi... vai acontecer mais cedo ou mais tarde, é inevitável...
Esqueci-me de referir a tecnologia actual das televisões! Se reparares o sistema de funcionamento de uma televisão era MUITO mais complexo que o dos dias de hoje. Não nos podemos esquecer que a Tecnologia CRT (tubo de raios catódicos) consiste em disparar electrões numa camada que eu nunca percebi bem do que é composta, isto numa forma muito sincronizada.
ResponderEliminarEnquanto que as televisões que usam a tecnologia LCD são apenas constituídas por pixeis (cada um constituído por três luzinhas). Depois é só software(ok, aqui já é um pouco mais complicado, mas antigamente também não haviam tantos programadores).
Também me tinha esquecido de mandar cumprimentos!!