terça-feira, 7 de setembro de 2010

180º

Hoje decidi começar por contar uma história:
Era uma vez cão um, um cocker preto adorado por toda a gente, que o considerava um “animal fofo e simpático”. Até que um dia (ou melhor dizendo uma noite), no bar da zona, o dito cocker com o gato do estabelecimento, uma cria felina ainda mais adorada por todos os que lá passavam. Ora do encontro entre duas criaturas tão adoráveis seria de esperar muita fofura e lamechice, mas o resultado foi antes um ventre estripado que levou à morte. Do dito gato claro. E desde então aos olhos da população o cão passou a ser uma besta, uma fera assassina sedenta de sangue que todos repugnavam. Ora se eu fosse esse cachorro decerto estaria confuso e triste com a atitude das pessoas, que num momento o adoram e no seguinte o odeiam, sem ele ter feito nada a não ser aquilo que lhe é natural.
Mas porque acontece isto? Apenas porque não gostamos da entidade em si, mas apenas de algumas das suas características ou actividades. Daí que, sem que elas tenham sofrido qualquer alteração, alteramos radicalmente a nossa opinião. E isso é cruel.

Filipe Baptista de Morais
7 de Agosto de 2010

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