segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Despertar dos Mágicos

Durante o Verão e por entre os (muito) atarefados dias de férias arranjei tempo para ler O Despertar dos Mágicos, por Louis Pauwels e Jacques Bergier.

Misturando a Ciência e o Fantástico, os autores conseguem de uma forma absolutamente estrondosa lembrar-nos que não sabemos tudo, e chegando mesmo a fazer-nos rever a nossa posição quanto a temas aparentemente tão irracionais como a alquimia e a parapsicologia. Através de uma análise cientificamente aceite, o livro não toma conjecturas por factos mas essencialmente alerta-nos para o oposto: rejeitar ou negligenciar evidências ou hipóteses apenas por parecerem inverosímeis. Afinal, mesmo o nosso presente seria considerado em tempos como um sonho louco, e aquilo que para nós hoje é estúpido ou impossível poderá um dia ser quotidiano. São referidas algumas experiências muito interessantes no ramo da parapsicologia que, embora nada provando, sem dúvida nos dão que pensar.

Um dos temas que achei mais interessantes e bem desenvolvidos é do Nazismo. Todos sabemos as monstruosidades que os Nazis fizeram, mas poucos sabem porquê. É que eles eram pessoas como nós, e não é de todo perceptível (pelos livros de História que nos facultam nas escolas) de onde advêm as suas acções. Ninguém pratica o mal só porque sim. Um outro tarado pode tirar prazer no sofrimento dos outros, mas isso não justifica o comportamento de uma Nação inteira. E justificar o Nazismo pelo seu ódio aos judeus e desejo de dominar o mundo é, convenhamos, infantil, digno de uma BD do Tintin ou Black e Mortimer. Não, um fenómeno desta escala apenas se pode explicar por uma completa ruptura cultural com o resto do mundo, aliada (infelizmente mais uma vez) a um fervoroso fanatismo religioso. Nas páginas deste livro é relatado o percurso de uma Nação que se afasta cada vez mais das suas vizinhas, mergulhando numa estranha Ciência, que a nós hoje parecem absurdas mas que talvez na altura fossem tão teorias tão plausíveis como as que hoje aceitamos, após anos de corroboração. Sozinha, a Ciência é poderosa. Aliada à Religião torna-se cega, arrogante e perigosa, daí advindo os eventos que todos conhecemos.

Para quem gosta de ler muitas páginas (e já acabou de ler todos os textos deste blog), é sem dúvida uma obra marcante a não perder.

Filipe Baptista de Morais

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