terça-feira, 19 de junho de 2012

A confiança dos campeões

Um amigo meu, antes de um jogo de futebol, brindou-nos com um motivador discurso no qual disse que "dentro de campo somos sempre os melhores do mundo". Já o meu treinador de ténis costumava dizer que não se pode vencer um encontro quando já entramos derrotados. Ambos sabiam que a auto-confiança é essencial para um desportista.

Claro que qualquer Zé do café sabe isto. Afinal, sempre que o jogador supra-sumo do clube xpto falha um penalty é certo que é só falta de confiança. (Bom na verdade às vezes também é excesso de confiança, mas não vamos entrar por aí). Qualquer psicólogo sabe ainda que tal não se aplica apenas ao desporto, mas a tudo o que fazemos na vida.

Mas é a confiança que faz o campeão, ou o campeão que gera confiança? Ambos claro. Mas quando faltam ambas as características, o que fazer? Afinal não basta dizer "Ok, vou ter confiança em mim mesmo" para resolver problemas de auto-confiança. Não sendo psicólogo, parece-me óbvio que a solução apenas pode passar por dois processos. Um pessoal, em que se tenta replicar rotinas e comportamentos familiares de modo a geral tranquilidade. O outro é a exteriorização, quer através da culpabilização de agentes externos quer através da delegação de responsabilidades. Mas atenção, isto apenas é válido no momento. Faz todo o sentido, para maximizar a nossa performance, culpar as nossas falhas no árbitro, na relva ou no vento; mas no final é essencial que haja uma avaliação honesta e realista dos nossos erros para podermos melhorar.

Espero que a selecção leia isto.


Filipe Baptista de Morais

2 comentários:

  1. Parte preferida: «Claro que qualquer Zé do café sabe isto.» Se não fosse ter de usar bolas que tu levas para os jogos, eu marcava mais golos.

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  2. Tens que ler o texto com mais atenção, a exteriorização deve apenas ser feita durante o jogo, após o final do mesmo tens que fazer uma análise realista e abraçar as tuas limitações...

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