quinta-feira, 28 de junho de 2012

Um dia chegaremos lá...

Parece que definitivamente os Deuses não querem nada connosco. E não falo dos Platinis e outros que tais deste mundo, esses já há muito que sabemos que não gostam de nós. Não, falo mesmo daqueles lá de cima que deviam prestar atenção ao que por cá se passa e repor a justiça esporadicamente. Hum... preguiçosos presumo.

É que podemos culpar o Mundial de 1998 no árbitro que fez algo nunca antes visto, nos dirigentes que hipoteticamente o influenciaram, no Rui Costa que anda tipo velhinha ou no treinador que não lhe disse para se despachar. Podemos culpar o Euro 2000 mais uma vez no árbitro por ser demasiado excesso, ou nos dirigentes que hipoteticamente influenciaram esse excesso de zelo, ou ao ex-Abel Xavier (peço desculpa aos familiares mas não me apetece perder tempo a ver qual o nome actual que usa). Já o Euro2004 podemos culpar no Scolari que organizou o tão criticado cordão humano, na imprensa por pôr tanta pressão sobre os jogadores ou nos próprios por serem meninos da mamã tão sensíveis. E agora em 2012? Bom, temos o Bruno Alves e o Moutinho que não souberam marcar um penalty, temos o Ronaldo que não conseguiu concretizar perto dos 90, temos o Meireles que não lhe sooube dar a bola em condições ou o Paulo Bento que não teve tomates para mexer na equipa (para não falar em certos jogadores que decidiu deixar de fora). Temos ate mais uma vez o árbitro que, apesar de livre de lances polémicos, se esquece da "lei da vantagem" num lance perigosíssimo de Nani, assinala noutro lance uma falta ao mesmo que é para mim ainda invisível e que apenas perto do final se lembra que fazer falta de 10 em 10mins sobre o Ronaldo poderia ser um bom motivo para amarelar Arbeloa. E claro, com o árbitro vêm os sempre presentes fantasmas que controlam as marionetes, como o eterno Platini e as suas tão contestáveis declarações. Como sempre, desculpas e culpados não faltam. Mas olhando globalmente para tudo isto, qual a única constante? A meu ver, apenas uma certa coisinha a que geralmente se chama azar. Essa pequena coisinha que faz uma bola ressaltar num braço, um árbitro piscar os olhos na altura errada, um jogador tropeçar no momento do remate, uma bola bater na barra e sair enquanto outra bate no poste e entra. Enfim, um dia chegaremos lá...

Já agora aproveito para dizer que, apesar de tudo, não achar que Portugal merecesse chegar à final mais do que a Espanha, pelo menos falando apenas do que se passou no jogo. Durante os 90mins houve poucas oportunidades de parte a parte, mas no geral creio que a Espanha esteve um pouco mais perigosa. No final Portugal parecia estar a ganhar um certo momentum, mas no prolongamento foi claro que os espanhóis queriam resolver aquilo a jogar enquanto os nossos jogadores já só ansiavam pelos penalties. Provavelmente uma decisão algo criticável do nosso seleccionador. Também lamento dizer que não partilho da euforia geral e repentino contentamento com a selecção. Sim, não fez um mau jogo, mas não exageremos. A Espanha esteve extremamente fraca. Além de que não posso deixar de pensar ser extremamente humilhante considerarmo-nos eufóricos por termos "feito frente à Espanha e saído de cabeça erguida". Por amor de Deus, eles são humanos como nós. Deixemo-nos de mariquices e fiquemos triste e chateados quando perdemos, como toda a gente.

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