quinta-feira, 24 de março de 2011

Hoje vi uma mulher a ler um livro na na fila entre a caixa para pagar e o balcão para receber a comida. Achei extremamente singular que alguém aproveitasse um tempo (no máximo!) de poucos minutos para tentar ler alguma coisa, como se tivesse medo que as páginas lhe fugissem. Até porque a leitura é conhecida como uma actividade intelectual que requere alguma paciência, calma e conforto: de todo desenquadrada numa cadeia de fast food.
Mas talvez o mais estranho seja que tenho percebido perfeitamente a senhora. Vivemos em tempos loucos, com cada vez mais coisas para preencher um dia que resiste teimosamente a manter as suas 24h. Fazemos os possíveis: ficamos só mais 2 minutinhos na cama em vez de 5, lavamos os dentes com mais força mas mais depressa, comemos à pressa nalguma cadeia de fast food ou uma sandes no balcão de um bar, em vez de confortavelmente sentados; dormimos 6 horas em vez de 10. Não é portanto de todo incompreensível que alguém tente aproveitar todos os segundos mortos perdidos na fragmentação do dia e os tente aproveitar através de um agradável hobby. Mas será este estilo e ritmo de vida para nós? Às vezes penso que eventualmente teremos que abrandar...

Filipe Baptista de Morais

2 comentários:

  1. Isso é uma questão de fragmentação externa.
    Tens um bloco alocado para o trabalho, continuamente ligado a um bloco de deslocamente até ao local de refeição. Até aqui tudo bem, no entanto desde esse bloco até ao bloco que foi alocado para a refeição em si ficou um espaço demasiado pequeno para ser alocado para o que quer que seja. Felizmente, essa senhora possui um kernel altamente desenvolvido que lhe permitiu "partir" uma tarefa que se fosse feita na integra requereria um espaço de memoria muito grande, e assim conseguiu aproveitar esse espaço de memoria.

    ResponderEliminar
  2. vamos cingir-nos ao tema pode ser? :P

    ResponderEliminar