sexta-feira, 9 de julho de 2010

Música do Coração

Todos sabemos quão espantoso pode ser o impacto de uma canção. Pode fazer uma pessoa reflectir, chorar, ou então pôr multidões aos berros e aos pulos. É assim totalmente desnecessário divagar sobre o poder que a música tem sobre as nossas emoções, visto ele ser tão óbvio e aparente.
O livro/filme "Alta Fidelidade" (já referenciado nestas bandas) levanta uma questão muito mais interessante: a correlação entre o nosso estado de espírito e o tipo de música que ouvimos. "Oiço música POP porque estou triste ou estou triste porque a oiço?" interroga-se o personagem principal que, se fosse real, certamente ficaria triste por não me recordar do seu nome. O auto aborda assim de uma forma muito interessante a reciprocidade entre música e emoções.
Curiosamente no meu caso passa-se um pouco o oposto (e não fosse eu do contra!), isto é, gosto de ouvir músicas mais mexidas quando estou em baixo e só oiço as mais calmas e tristes quando estou de facto alegre. Penso que a isto se chama psicologia invertida (os peritos que me perdoem a calinada se de tal se tratar). Claro que esta divergência surge de um acto racional, de tentar animar o espírito com música alegra quando se está mais em baixo o que justifica um pouco as minhas acções e mais uma vez prova o grande efeito que as canções provocam em nós.
Os leitores mais atentos provavelmente notaram a displicência e indiferença com que emprego os termos "música" e "canção". Não é que julgue serem a mesma coisa (12 anos numa escola de música sempre me foram ensinando umas coisitas) mas passa-se que, salvo raras excepções, músicas não cantadas ou sem letra não surtem grande efeito em mim. E quando surtem geralmente é por associação indirecta (ex: "For the Love of a Princess" faz-me sempre lembrar o filme "Braveheart"). Desculpem-me os amantes de música clássica e afins mas a maioria das sinfonias de Mozart e afins não me diz grande coisa.
Como somos todos capazes de pensar, interrompo aqui a minha pequena reflexão e convido o leitor a terminá-la para si mesmo.

Filipe Baptista de Morais
(28/06/2010)

2 comentários:

  1. A música evidencia as nossas emoções, é certo. O que é curioso é que pessoas diferentes têm percepções diferentes da mesma música. A parte do cérebro que processa os estímulos auditivos é altamente plástica - mudando ao longo da vida e, consequentemente, das experiências - e isso explica o facto de termos gostos tão diferentes.

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  2. Que filme é esse? Põe aqui o link (ou manda-me por mail, já que a probabilidade de eu voltar a ler sta mensagem é muito remota!

    E para ti que não gostas de música sem letra, experimenta ouvir E.S. Posthumus (se gostas de músicas de filmes) ou tenta ver um filme sem som...vais ver que música sem letra é mt mais que música clássica aborrecida (e com isto não generalizo que a música clássica é aborrecida,eu gosto, só estou a compreender o teu ponto de vista)

    Bjoos
    Ana Luísa

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